A Canção do Amor Distante

Por que vens se não me queres?
Por que me dizes adeus, por entre beijos, respirando pesadamente?
Por que te escondes?

E quando te procuro, como quem procura o ar,
me evitas, te escondes e acabas por revelar,
um lado oculto do teu ser.

Misteriosa e ao mesmo tempo transparente.
Menina e ao mesmo tempo mulher,
segura e ao mesmo tempo frágil.

E assim como o vento leva as areias do deserto,
teu olhar leva meu coração, para um lugar distante e desabitado,
para o qual não conheço o caminho.

E mesmo perdido sinto-me feliz;
e eternamente feliz serei
por que pude provar do teu beijo,

Eternamente feliz serei porque
senti teu suor em meu peito
e sua respiração em meus ouvidos.

O teu cheiro me transporta.
Tão perto e ao mesmo tão longe.
Ao meu alcance e ao mesmo tão distante.

Quando segurei tuas mãos eu segurei o mundo inteiro,
pois só quem te possui pode entender o que é o amor.
Falávamos línguas diferentes mas eu te compreendia.

Mesmo não me querendo, te amarei para sempre.
E pelo teu olhar eu nasci de novo.
E pela tua boca me apaixonei novamente.

Queria o coração ficar contigo,
ainda que a razão dissesse não.
Queria meu amor teu coração.

Queria minha boca a tua boca,
ainda que que você dissesse não.
Queria eu olhar só por um segundo.

E quando encostei meu ouvido em teus seios
e ouvi teu coração, lembrei do mar.
Cada batida eram como ondas que encontravam a costa.

Cada onda trazia a força de mil cavalos,
a beleza de mil flores,
o amor em toda sua força.

Com a ternura do teu beijo,
eu poderia viver para sempre;
E lembrando de ti, viverei para sempre.

Ainda que o arrependimento me aprisione,
sei que sempre te amarei.
Apesar do tempo, sempre te amarei.



Baltimore, Agosto de 2007




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